Os trinta anos dela foram simples, com algumas dores, e muitos amores.
Nós a amamos muito.
Aquele rostinho lindo, a forma educada e meiga de nos oferecer seu carinho.
Falo da Paula Fernanda.
Eu a conheci numa tarde, era copa do mundo naquele ano. O Brasil iria jogar, e a mãe dela me convidou a tomar um café lá na casa delas.
Eu e a Júlia nos conhecíamos lá do Soliedariedade. Uma entidade social em Santo André, lugar que nós muito frenquentávamos. Local que somou muito à nossa vida.
Essa amizade só foi aumentando com o passar dos anos.
Júlia sempre fora a amiga, a pessoa mais querida que eu tinha em minha vida.
Nós, eu, ela e a Fernandinha compartilhamos até o mesmo quarto, uma vez em que eu precisei muito da ajuda dos amigos.
Julinha e Fernandinha apoiaram-me muitos meses. Foram a minha força, as minhas bengalas. E souberam a hora de tirar essa bengala e deixar-me caminhar sozinha, mas sempre atentas ao meu modo de encarar o mundo em Santo André.
Sem elas, eu viveria um pouco menos feliz.
Foi daí que eu conheci a família toda da Julinha, já viúva, com uma filha a criar.
Foram tantos momentos. Todos muito felizes, embora contivessem dores várias. Mas nós sabíamos compartilhar até essas dores. E cada uma por sua vez se sentia grata a outra por fazer parte da sua vida.
Éramos uma família. Eu era a estranha que somou-se aquela família. Eles receberam-me com tanta verdade, com tanto carinho que não sei medir isso. Vai além de mim.
Hoje, aos 30 anos de vida, Fernandinha, agora só, a Julinha ( sua mãe )faleceu. Ela, agora, tem seu amor, sua vida, sua casa, seu trabalho.
Uma mulher.
Eu estava ao telefone falando com ela, e a gente se recordou dos seus quinze anos. E eu disse que ainda não consigo vê-la mulher, para mim ainda é a mocinha dos quinze anos.
Um tanto insegura, mas valente. Sabia estudar sozinha, preparar seu cotidiano. A mãe trabalhava fora e nos momentos em que estava em casa era uma ótima costureira.
Costureira de mão cheia. Suas peças produzidas nas caladas da noite eram impecáveis.
Mesmo no cansaço e nas conversas ao pé da máquina, o que eu ficava abismada, porque não consigo conversar direito e trabalhando, ou faço uma coisa ou outra, mas ela não, ela conversava, preparava a janta, o bolo, a tapioca, a farofa, assistia a tv, atendia a neta, o cachorro e a costura e não errava nada.
Hoje, Fernanda, deixo meus sinceros PARABÉNS a você. Minha linda amiga e irmã do coração.
Valeu te conhecer. Valeu conhecer tua família que amo demais.
Só quero sua felicidade, amiga.
Esteja onde estiver e na situação que estiver, conte comigo.
Sou demais grata a ti!
T E A D O R O !!!
milena medeiros