O QUE PENSAM DE NÓS
Não importa o que pensam ou falem de nós.
Importa o que pensamos ou falamos dos outros.
Está aí a nossa responsabilidade.
Quase nunca somos aquilo que parecemos ser.
As convenções sociais, o meio ambiente,
a nossa herança cármica, vários fatores nos levam
a ser por fora o que não somos por dentro.
Outros julgam pelo que aparentamos por fora.
Ninguém penetra no nosso íntimo.
mesmo nós levamos largo tempo a nos visitar
e a nos revermos por dentro para saber em que condições estamos.
Habituamo-nos conosco externamente
e chegamos a nos convencer
de que somos aquilo que externamos.
Eis aí a razão de nossas decepções, nossas amarguras.
Quando falam algo desagradável a nosso respeito
e isso chega ao nosso conhecimento, ficamos revoltados,
é que alguém viu, através da máscara tão bem
afivelada a nossa face, a fisionomia que realmente possuímos.
Se dermos uma vistoria no nosso mundo interior,
talvez descubramos que aquela referência
desagradável a nosso respeito tem fundamento.
Iludimo-nos a nós mesmos, e por isso,
em vez de nos irritarmos e nos aborrecermos
com quem teve a coragem de levantar
um pouco a nossa máscara, advertindo-nos
sobre a deformação que descobriu,
deveríamos ser-lhes gratos, pois poderemos,
naquela parte defeituosa,
procurar a melhor forma de corrigir o defeito.
Um exame de consciência, uma auto-analise,
de quando em quando , não faz mal a ninguém;
ao contrário, leva-nos a descobrir nossos pontos
vulneráveis, nossos defeitos, e então procurar corrigi-los
antes que alguém venha a ser atingido por eles
e os desvende diante de todos.
Outros colocam-nos em pedestal,
julgando-nos em estado espiritual elevado.
Também não devemos permitir que isso permaneça,
pois, forçoso é reconhecer que ainda não nos
libertamos da matéria e muitos defeitos
ainda nos escravizam a ela.
Podemos estar lutando para nos aperfeiçoarmos
e darmos provas disso por meio de atos louváveis,
mas daí a merecermos um pedestal vai muita distância.
Somos humanos, sujeitos às mesmas falhas de todo mundo.
Quanto às referências pouco elogiosas
ou de críticas aos nossos atos,
podem ser provocadas por vários motivos,
alguns até verdadeiros,
mas de qualquer forma não nos devem atingir;
pois precisamos aprender a ser
nossos próprios juízes e saber que
só responderemos pelo que fizermos
e não pelo que julgam que fizemos.
Perante a lei do eterno,
responderemos pelo que somos,
não pelo que julgam que somos.
Esforcemo-nos por ser honestos
em todas as nossas atitudes,
e por fazer na vida tudo com dignidade e amor,
ainda que muitas vezes tenhamos que desagradar a alguém.
Sabemos que, mesmo com esse esforço,
só lentamente nos conheceremos intimamente.
Os instintos em nós usam
muitos subterfúgios e nos iludem mesmo.
Por isso, aceitemos as críticas,
as censuras ou os elogios com naturalidade.
Podem todos ter razão; é provável que ora sejamos
sinceros e justos, ora hipócritas;
ainda não estamos em estágio tão elevado
que possamos acertar sempre.
Então deixemos que digam,
que pensem a nosso respeito o que quiserem,
pois cada um responde por si.
Se acertarem, melhor para eles,
se errarem responderão pelo juízo precipitado.
Devemos continuar a nossa diretriz
sem nos afastarmos um milímetro da meta traçada.
Perfeição deve ser o nosso lema.
Vezes acertando, vezes errando,
mas perseguindo sempre a meta
que é a razão de nossa estrada no mundo.
Assim, que falem, que nos elogiem ou nos apupem;
isto não pode nem deve alterar o nosso rumo.
Marcharemos em direção à luz.
" A luz conquista as trevas".
Que as trevas das desilusões,
das amarguras, dos desenganos,
provocadas ainda pela nossa ignorância,
sejam, pois, vencidas em nós
pela luz da eterna sabedoria."
(De “Eu sou o caminho...”, de Cenyra Pinto)
via e-mail de Rosilene Dias, orkut
18 de julho de 2010