NÃO ME DIGA QUE NÃO VALE TANTO
NÃO ME DIGA QUE NÃO É CERTO ESSE PRANTO
MAS MINHAS DORES NÃO ENFRENTAREI
SÃO TODOS UNÂNIMES
EM DIZER O QUE POSSO FAZER
MAS NINGUÉM TEM O MESMO SOFRER
O MEU É LARGO, PROFUNDO,
DOÍDO DE TODA SUA GRANDEZA
ME FAZ PEQUENA E INDEFESA
DIANTE DE TANTA ASPEREZA.
DESSA VIDA CHEIA DE PEDRAS
COM ESPINHOS E SEM FLOR
SONHOS NÃO OS TENHO MAIS
CAPAZ DE EU NÃO EXISTIR TAMBÉM
TALVEZ SEJA EU UM SER VIRTUAL
QUE PASSA NAS IMAGENS QUE FAÇO
AS LINHAS QUE TRAÇO
UM DESENHO INACABADO
SOFRO COM TODO O FERVOR
MINHA ALMA CHORA SEM TEMOR
LÁGRIMAS CAÍDAS AO CHÃO EM CURVAS SE VÃO
ESTOU NO PLENO MAR DE TRISTEZA
DÓI-ME A CABEÇA, O CORPO, A ALMA
SINTO O GELO DA MANHÃ ME ABRAÇAR
NÃO TENHO MAIS O CALOR DO TEU AMOR
SE O TINHA TALVEZ UM MOMENTO QUALQUER
AGORA SEI DA VERDADE
DA VERDADE QUE MAIS DÓI
É SABER QUE MENTIAS
EMBORA NEM PRECISAVAS
MENTIA SOBRE TEUS SENTIMENTOS
QUE NÃO AMAVA NINGUÉM
DESSE QUE O CORAÇÃO ANDA VAZIO
ILUDI-ME COM TUAS PALAVRAS
DIZIA A MIM MESMA: CORAÇÃO VAZIO AINDA PODE
DE AMOR SE ENCHER
DEI-TE TODO O MEU AMOR
E MAIS ALGUM EMPRESTADO
DOS DIAS E DIAS EM QUE VI-ME POR TI ABRAÇADA
AGORA TUAS MÃOS
AFAGAM OUTROS CABELOS
OUTRAS PELES, ROSTO, CORPO E MÃOS
SINTO-ME VAZIA, SOLITÁRIA
INEFICAZ DIANTE DO MAR DE TORMENTAS
PEQUENA, ILUSÃO, FORASTEIRA, FUJO DE MIM
NÃO QUERO MORRER AINDA
EMBORA PEÇA AGORA ESSA FORMA DE SILÊNCIO
PARA APAGAR NA TENTATIVA ESSA DOR QUE BATE AQUI DENTRO.
VAI DOR
VAI DOR
DEIXA-ME TAMBÉM SÓ!
PRÁ QUE ESSA DOR?
SE MESMO COM ELA SINTO-ME MAIS SÓ?
Milena Medeiros
(27/08/09-23:30h
Livespace)
