Poesia de milena medeiros- VAI-TE EMBORA, CIÚME!

VAI-TE EMBORA, CIÚME!
Não fico com ciúmes.
Ele é tão maldoso!
Se entra na gente
logo toma espaço.
Cria raízes,
se infiltra no coração.

Não,
não te quero aqui comigo, ciúme.
Vai-te embora, 
some daqui.
Já tenho o coração
tão rabiscado
que só de você entrar
ele todo ficaria em pedaços.

Te deixo de fora, então.
Some, vai.
Não fiques aí!
Só quer entrar aqui
pra sujar esse espaço?

Brigas comigo
Desola-me.
És tão maldoso,
sei muito o quanto!

Um dia, 
Eu te tive bem aqui,
do lado esquerdo do meu peito.
Tu, ali te instalara
feito posseiro vil.
Guardou ódio,
raiva, medos.
Deixou-me tão má.

Agora que te tirei,
deixei-te de fora,
queres ainda entrar?
Não, não, 
te digo mil vezes não!
Nada de vir pra cá.
Se tu entrares
perco o juízo,
perco o amor,
fico só.

Não sei conviver contigo.
És maior do que posso ter.
Tu destróis tudo o que desejo.
E meu desejo agora
é somente ser feliz!

(milena medeiros- falando sobre esse sentimento- ciúme - o quanto ele pode destruir um relacionamento. O quanto deixa miserável e vulnerável um ser humano. 
Eu não sei sentir o ciúme, pois quanto vejo que ele chega, eu trato logo de sair. 
Se o ciúme já se instalou, então deixo de amar, deixo o meu par. 
Pois se o ciúme ali chegou é que eu não sei mais amar. Então, prá que brincar de ficar?)